Familiares de Luiz Fernando Alves Chaves, que morreu a tiros após ser sequestrado em casa, em Rubiataba, no centro goiano, pedem por justiça.
Segundo a tia dele, Regiane Silva Sousa, a ex-esposa do cartorário e a irmã dela deixaram presídio e a família luta para que elas voltem.
Conforme a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), as duas não estão em presídios, mas cumprem pena e são monitoradas com tornozeleira eletrônica.
De acordo com a Polícia Civil, a esposa é suspeita de encomendar o crime com o intuito de ficar com os bens do casal e dinheiro do seguro de vida. O envolvimento da irmã dela no crime não foi divulgado.
O portal não localizou a defesa das acusadas para se manifestar sobre o caso.
“O sentimento que ficou foi de injustiça. Ele tinha três filhos com ela que ficaram órfãos. Agora elas saíram, estão promovendo festa, estourando champanhe. Enquanto isso ele está morto”, disse a tia de Luiz Fernando, Regiane Silva Sousa, de 52 anos.
Os familiares organizam uma manifestação para pedir justiça, marcada para acontecer no dia 5 de novembro, às 9h, no Ginásio Amando Grecco, em Trindade.
“É uma forma de pedir para que revejam a decisão e chamar a atenção do tribunal”, disse o irmão de Luiz Fernando Alves Chaves, o servidor público Marco Aurélio Chaves, de 37 anos.
Marco Aurélio chegou a dizer que teme pela integridade física da família. “A gente tem receio. Se elas tiveram coragem de tirar a vida do meu irmão, poderia fazer algo conosco também”, desabafou.
De acordo com ele, o irmão, que completaria 41 anos nesse ano, deixou três filhos, fruto do relacionamento com a acusada: um casal de gêmeos de 6 anos e uma menina de 4.
“Ele era um excelente pai. As crianças às vezes lembram dele, perguntam sobre ele”, disse. “Ele era tranquilo, convivia com muita gente. Todos acham injusto”, completou.
O crime:
O cartorário foi morto no dia 28 de dezembro do ano passado. Além da esposa e da irmã dela, outras pessoas foram presas, incluindo os supostos executores do crime.
Segundo as investigações, os executores tinham os controles dos portões da casa da vítima e chegaram a pé ao local. A esposa havia saído com os filhos do casal – gêmeos de 3 anos e um menino de 5 – para a igreja.
“A vítima estava estudando para um concurso. Os vizinhos o ouviram falando que não chamaria a polícia, mas que o preservasse por ser pai de três crianças. A mãe nunca ia à igreja e, justo naquele dia, inventou essa história para ter cobertura”, disse o delegado responsável pelas investigações, Marcos Adorno.
Também de acordo ele, os dois executores amarraram as mãos de Luiz Fernando com um enforca-gato e o amordaçaram com um pano.
Marcos disse que os vestígios apontam que um dos homens dirigiu a caminhonete do próprio cartorário para o local na zona rural onde o corpo foi encontrado, enquanto o outro foi responsável por matar a vítima a tiros. A caminhonete e a arma foram encontradas e apreendidas.
Segundo o delegado, na combinação entre os autores, o motorista receberia R$ 1 mil como pagamento e R$ 300 para combustível, enquanto o atirador ficaria com a caminhonete roubada durante o crime e mais R$ 5 mil. (Com informações do G1/Goiás)