Revista Veja diz que João de Deus faz “milagres” na prisão

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Dono de um patrimônio avaliado em 100 milhões de reais, João de Deus, de 77 anos, está preso. O médium das estrelas — teria “curado” o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, de um câncer e também teria “tratado” Dias Toffoli — é apontado como responsável por crimes sexuais, como estupro, de mais de 600 mulheres. Mesmo no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, continua a “operar milagres”, segundo relato do repórter Hugo Marques, da revista “Veja”.

Advogados de João de Deus, consultados pela “Veja”, afirmam que o médium persiste “operando milagres”. Recentemente, detentos tiveram de amarrar outro preso, que estaria “possuído”. “Mesmo contido, o homem se arrastava pelo chão com uma força descomunal e causava apreensão nos companheiros de cárcere. Ao chegar para trabalhar, um funcionário do presídio, espantado diante da cena, correu para a cela de João de Deus e pediu ajuda para conter o ‘endemoniado’”, relata a revista.

Um detento amparou João de Deus, que usa uma bengala, e levou-o até o “possuído”. O médium pediu para soltá-lo. Em seguida, orou, numa “língua desconhecida”, e disse: “Abra os olhos”. O “endemoniado” parou de se debater, tranquilizando-se. Os advogados Marcos Maciel Lara e Anderson Van Gualberto ouviram do médium: “Deus me deu autoridade para expulsar aquele espírito maligno. Quando Deus me inspira, eu sinto minha ficar como mel”. Veja ressalva: “Difícil de acreditar”.

Hugo Marques informa que “uma pessoa próxima alega que” João de Deus “continua a prestar serviços espirituais a figuras importantes dos três poderes, que, diante das circunstâncias, passaram a optar pelo atendimento às escondidas. Ao ressaltar esse ponto, o médium tenta convencer a opinião pública de que a espiritualidade do cliente não era mero pretexto para a série de crimes sexuais dos quais ele é acusado. Há dois meses, João de Deus teria enviado ao ministro aposentado Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), garrafas de água mineral benzida na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), onde o médium atendia antes de ser preso. Ayres Britto confirmou a VEJA ter recebido a encomenda, mas disse não se lembrar se foi antes ou depois da prisão de João de Deus. ‘Ele mandou mesmo uma água benta, uma coisa assim, ao meu escritório. Uma pessoa me mandou, não lembro quem foi. Nem sei se bebi essa água’”.

“Veja” consultou as primeiras nove denúncias contra João de Deus. Na documentação, colhida pelo Ministério Público, as mulheres informam “que, para assediá-las, o médium afirmava ter sido marido delas em vidas passadas. Elas também contaram que sofriam uma espécie de ‘congelamento’ e não conseguiam reagir às investidas”. O Ministério Público explica que ‘“congelamento’ é um fenômeno psicológico denominado ‘imobilidade tônica’, uma reação física de paralisia extrema apresentada por vítimas de abuso. Os advogados de João de Deus admitem que ele tocava as partes íntimas dos pacientes durante o atendimento, mas alegam que os contatos eram feitos sem ‘libidinagem’”. (Via Jornal Opção)

 

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