Depois do Outubro Rosa, que mobilizou milhares de pessoas em busca da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, agora é a vez dos homens se conscientizarem. O Novembro Azul chegou para lembrar como é importante que se faça o exame que detecta o câncer de próstata.
A doença mata mais de 300 mil homens por ano no mundo, de acordo com dados da ONG Câncer Care. Por isso é tão importante o alerta para que a prevenção aconteça, já que o sucesso do tratamento depende do estágio em que a doença é diagnosticada.
O câncer de próstata é altamente curável caso seja descoberto precocemente – especialistas afirmam que em 90% desses casos o paciente tem a saúde restabelecida. Esse tipo de câncer não costuma apresentar sintomas na fase inicial, por isso é importante verificar se o indivíduo possui fatores de risco, como familiares que já tiveram a patologia ou hábitos de vida pouco saudáveis.
O mais comum é que o homem procure seu médico após os 50 anos, porém, em casos de haver familiares de primeiro grau que tenham a doença, o recomendado é que a visita ao urologista seja feita aos 40. De acordo com o clínico geral Valdir Dias, um dos maiores obstáculos encontrados hoje é o preconceito.
“Grande parcela dos pacientes não vai ao médico por medo e por ideias equivocadas. Na verdade, o exame de toque retal só é feito depois de comprovada a necessidade e, se feito por um bom profissional, é um processo indolor e realizado em poucos segundos”, explica o especialista, que acrescenta que esse exame é mais eficaz que o PSA, já que pode detectar nódulos.
O médico conta que há três procedimentos para o tratamento e cura da doença: a cirurgia robótica, a radioterapia e as condutas de vigilância ativa. Ele ainda chama atenção para o fato de que, caso diagnosticado tardiamente, esses tratamentos causam sequelas muito temidas pelos homens.
“Pode haver disfunção erétil, infertilidade ou incontinência urinária. Com os avanços tecnológicos, casos assim são cada vez mais raros, porém é importante que a pessoa se conscientize em relação à prevenção”, ressaltou.
Outubro Rosa
No mesmo período em que estava sendo realizada a campanha Outubro Rosa, o Hospital Materno Infantil (HMI) zerou a fila de espera de cirurgia de câncer de mama da unidade. O HMI é referência no atendimento de média e alta complexidade na área de saúde da mulher e realiza a cirurgia oncológica desde 1997 pelo serviço de Mastologia.
Por mês, são feitas cerca de 12 operações em pacientes com diagnóstico positivo para o câncer de mama. “Zerar essa fila é motivo de comemoração para nós do HMI, um sinal de que estamos fazendo nosso trabalho da maneira correta”, comemora a diretora técnica do hospital, Sara Gardênia.
Acompanhada do tratamento de quimioterapia e radioterapia, a cirurgia oncológica é uma das etapas fundamentais para o tratamento do câncer de mama. No primeiro atendimento, a maioria das pacientes ainda não tem diagnóstico definitivo e, a partir daí, é realizada a biópsia e a indicação para a cirurgia.
“Todas as pacientes que confirmam o diagnóstico de câncer de mama precisam ser operadas para a retirada do tumor e, dependendo de algumas características, a cirurgia pode ser feita antes ou depois da quimioterapia. Varia de acordo com cada paciente”, explica.
Dependendo do tamanho e da localização do tumor, existem dois tipos de operação que podem ser realizados na paciente: a quadrantectomia, que é a retirada apenas da região onde está localizado o câncer, geralmente feita em tumores menores; e a mastectomia, que é a retirada total da mama, feita em tumores maiores.
Segundo a mastologista do HMI Érika Pereira Souza e Silva, antes de serem operadas, todas as pacientes são acompanhadas pelo serviço ambulatorial de Mastologia da unidade. É válido lembrar que, após a cirurgia oncológica, é feita a reconstrução da mama, ou oncoplastia, quando o mastologista e o cirurgião plástico discutem as possibilidades de reconstrução para que a mama fique livre do tumor e com o melhor aspecto estético possível.
Créditos: (Danielle Borges)