Em meio a uma avalanche de notícias de corrupção envolvendo políticos de quase todos os partidos o País vai escolher, em outubro, os novos ocupantes das câmaras municipais, prefeitos e vice-prefeitos. A grande expectativa é sobre até que ponto esses escândalos podem influenciar na escolha do voto do eleitor.
O diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) Luciano Santos acredita que influenciará. Ele percebe que, desde as manifestações de 2013, a população vem aumentando seu interesse pela política e se conscientizando de seu papel no processo político. “Está entendendo que seu erro ao escolher o candidato prejudica toda a comunidade.”
Mas como escolher certo? A eleição municipal tem uma característica que favorece a escolha: os candidatos estão próximos dos eleitores. Mas, por outro lado, o grande número de candidatos, especificamente a vereador, dificulta a seleção de um candidato, é importante também verificar oque os vereadores candidatos a reeleição já fizeram por sua cidade;
É praticamente impossível pesquisar todos os candidatos a vereador, observa Juliana Sakai, coordenadora de pesquisa da organização não governamental (ONG) Transparência Brasil, e para driblar essa dificuldade ela orienta o eleitor a investigar um ou outro candidato que tenha propostas mais próximas daquilo que o eleitor considera importante que seja feito na cidade onde mora.
A pesquisa começa com o candidato; o que ele pensa, sua postura ética, sua conduta na comunidade e o que fez em sua vida até aqui. A principal ferramenta para descobrir isso é a internet e as informações podem ser colhidas tanto em sites oficiais como nas paginas virtuais do candidato. “O eleitor pode perguntar diretamente para o candidato a informação que não está disponível nos sites oficiais”, orienta Juliana.
Depois vem a investigação considerada mais importante, na opinião de Luciano Santos, a vida pregressa do candidato. Segundo Santos, muitos candidatos não têm condenação em segunda instância, o que automaticamente o colocaria na lista dos políticos ficha suja, mas têm diversas condenações em primeiro grau. Essas eventuais condenações podem ser verificadas nos tribunais de Justiça dos Estados.
Passada essa fase, o eleitor deve tentar avaliar se o que o candidato está propondo é coerente com o cargo que pleiteia. “O candidato a vereador costuma fazer promessas que não são da alçada do legislativo municipal”, relata Juliana Sakai. Promete, por exemplo, resolver problemas da segurança pública, área de atuação exclusiva do Estado. “É preciso observar se as promessas fazem sentido”, diz Juliana.
Observar o partido e a coligação do candidato também faz parte da pesquisa sobre o candidato, afinal, o voto vai para a coligação e são eleitos os mais bem votados do grupo de partidos que compõem a coligação. Nesse caso, orienta, Juliana, o eleitor deve pesquisar se não há partidos nos quais não quer votar na coligação.
A pesquisa sobre os candidatos a prefeito é mais fácil; eles são poucos e a maioria tem uma vida pública mais extensa e visível. Quase todos já participaram eleições. Há diversas entidades que fiscalizam a atuação de parlamentares, como a Transparência Brasil e o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Por meio de vários sites é possível colher informações a ficha com informações de seu candidato, além das prestações de contas de campanha passadas. Conhecer os financiadores da campanha é outro ponto importante na escolha do candidato para saber de onde vem o dinheiro que ajuda o seu político.
Fonte: O Popular