Uma reunião realizada em 21 de outubro de 2009, no Rio de Janeiro, negociou o apoio do então presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), para esvaziar as investigações da CPI criada naquele ano no Senado para investigar suspeitas de superfaturamento nas obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O encontro ocorreu dois meses antes do encerramento dos trabalhos da comissão.
Vídeo que faz parte das investigações da Operação Lava Jato, obtido com exclusividade pela TV Globo e pelo G1, mostra detalhes do encontro do dirigente tucano com o então diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), empreiteiros e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.
As imagens mostram que também compareceram ao encontro o então presidente da Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho, e Erton Medeiros, representante da Galvão Engenharia na negociação. Todos os participantes da reunião, à exceção de Sérgio Guerra, são investigados pela Lava Jato.
Personagem central da reunião, Sérgio Guerra morreu em 2014, aos 66 anos. Ele tinha câncer de pulmão, e uma pneumonia agravou seu estado de saúde. À época em que foi realizada a filmagem, o tucano, além de presidir o PSDB, ocupava uma cadeira no Senado. No ano em que morreu, entretanto, ele era deputado federal.
O encontro de 2009 que aponta o suposto envolvimento do ex-dirigente do PSDB com o esquema de corrupção que atuava na Petrobras ocorreu em uma sala comercial localizada no edifício Leblon Empresarial, na zona sul do Rio.As imagens que mostram detalhes da reunião, gravadas pelo circuito interno de segurança da sala, foram entregues ao Ministério Público pelo empresário Marcos Duarte, proprietário do imóvel onde ocorreu o encontro e amigo de Fernando Baiano.
Segundo a Procuradoria Geral da República, o encontro serviu para acertar o pagamento de R$ 10 milhões em propina ao tucano para que ele freasse as investigações da CPI da Petrobras no Senado.O Tribunal de Contas da União havia apontado superfaturamento de R$ 58 milhões em um contrato da estatal com o consórcio Refinaria Abreu e Lima, formado pelas construtoras Norberto Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia, e responsável por parte das obras do complexo petrolífero.
Fonte: G1.com