Segundo uma pesquisa do instituto Axxus sobre consumo do café, cerca de 45% dos brasileiros consomem de 3 a 5 xícaras diariamente. Para muitas pessoas, o principal benefício buscado na bebida é uma maior energia durante a jornada de estudos ou de trabalho. Porém, cada vez mais a ciência mostra que os resultados positivos vão muito além, com pesquisas relacionando à prevenção da doença de Parkinson, diabetes tipo 2, câncer de fígado e muitos outros problemas de saúde. Agora, um novo e amplo estudo publicado na revista científica Annals of Internal Medicine comprovou que o café é capaz de reduzir o risco de morte em até 31%. Porém depende da forma em que ele é consumido.
A conclusão é de pesquisadores do departamento de Epidemiologia da Southern Medical University, na China, que analisaram informações de 171.616 participantes, de em média 56 anos, durante um período de sete anos – entre 2009 e 2018. A avaliação foi possível por meio do UK Biobank, um amplo banco de dados de saúde do Reino Unido. Os responsáveis pelo estudo destacam ainda que foram selecionadas pessoas que não tinham problemas cardiovasculares ou câncer no início, e que os resultados foram ajustados de acordo com critérios de demografia, estilo de vida e alimentação.
Assim, foi observada a ingestão diária do grupo de café puro, com açúcar e com adoçante, em diferentes quantidades. O consumo foi então comparado com desfechos de saúde no fim de 2018, a partir de 3.177 óbitos constatados entre os participantes. Os resultados da análise mostraram que a ingestão moderada de café sem e com açúcar foi associada no geral a um menor risco de morte. Os dados, no entanto, não mostraram uma mudança significativa em relação ao consumo da bebida com adoçantes artificiais.
Quanto preciso beber?
Para os que bebiam qualquer quantidade até 4,5 xícaras por dia de café sem adição de açúcar, foi observada uma redução de ao menos 16% no risco de morte. Porém, esse percentual chegou a 29% entre aqueles que bebiam de 2,5 a 4,5 xícaras.
Os que colocavam pouco mais de uma colher de chá de açúcar também tiveram menos chance de morte em todas as quantidades analisadas até 4,5 xícaras, de ao menos 9%. Mas, o percentual de redução foi maior entre aqueles que bebiam de 1,5 a 3,5 xícaras por dia – 31%. Em outras quantidades, a diminuição foi mais tímida em comparação com a do café sem açúcar.
Os pesquisadores afirmam que a redução foi “amplamente consistente” nos casos de mortes, especialmente por câncer e problemas cardiovasculares. A análise envolveu uma comparação com 1.725 e 628 óbitos decorrentes dos dois problemas, respectivamente, no grupo durante os sete anos.