Um homem de 57 anos, doente cardíaco em risco de morrer, recebeu o coração de um porco geneticamente modificado. Foi um procedimento inédito e inovador que traz esperança a centenas de milhares de pacientes com órgãos em falência.
Trata-se do primeiro transplante bem-sucedido de um coração de porco para um ser humano. A cirurgia de oito horas de duração foi feita em Baltimore na sexta-feira (7). Segundo cirurgiões do Centro Médico da Universidade de Maryland, na segunda-feira (10) o paciente, David Bennett Sr., de Maryland, estava passando bem.
“[O coração de porco] está batendo, está com pressão, é como o coração dele”, disse o cirurgião que realizou a operação, Dr. Bartley Griffith, diretor do programa de transplantes cardíacos do centro médico.
“Está funcionando e parece normal. Estamos emocionados, mas não sabemos o que o amanhã nos trará. Isto nunca antes foi feito.”
No ano passado 41.354 americanos receberam um órgão transplantado. Mais de metade deles receberam rins, segundo a ONG United Network for Organ Sharing, que coordena os esforços para buscar órgãos para transplante no país.
Mas a disponibilidade de órgãos para transplante está muito aquém da demanda, e diariamente morrem cerca de 12 pessoas que estão nas listas para receber um órgão transplantado. No ano passado, 3.817 americanos receberam corações de doadores humanos —mais do que em qualquer ano anterior. Mas a demanda potencial é ainda maior.
Cientistas vêm trabalhando intensivamente para desenvolver porcos cujos órgãos não serão rejeitados pelo corpo humano. Na última década, nas tecnologias de edição de genes e clonagem aceleraram as pesquisas. O transplante de coração suíno aconteceu meses depois de cirurgiões em Nova York terem implantado com sucesso o rim de um porco geneticamente modificado em uma pessoa com morte cerebral.