Uma mulher, que não teve o nome divulgado, está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital de Goianésia, por causa da Síndrome de Haff, doença popularmente chamada de “doença da urina preta”.
Conforme nota da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município, a vítima apresentou os sintomas nas primeiras 24h após comer peixe, no dia 24 de junho.
Após exames realizados na unidade de saúde, veio a confirmação da doença. De acordo com o último boletim divulgado, o estado de saúde da mulher é grave, mas ela está reagindo bem ao tratamento.
Segundo a Secretaria, a doença está relacionada “com a ingestão de peixes contaminados”.
“As evidências trazem que é causada por uma toxina, portanto, afeta apenas quem ingere. Não há risco de transmissão de pessoa para pessoa”, esclareceu a SMS.
Síndrome de Haff
A “doença urina preta” é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes e crustáceos. A substância gera danos no sistema muscular e em órgãos como rins.
Ela se constitui em um tipo de rabdomiólise, nome dado para designar uma síndrome que gera a destruição de fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro das fibras (como eletrólitos, mioglobinas e proteínas) no sangue.
A doença de Haff gera uma rigidez muscular. Além disso, frequentemente ocorre como consequência o aparecimento de uma urina escura em função da insuficiência renal, razão pela qual essa expressão é utilizada para se referir à enfermidade.
Ainda não existe confirmação sobre a natureza da toxina constante nos peixes cuja ingestão provocou a doença. Em alguns livros, ela está associada ao envenenamento por arsênico.
Nos relatos registrados ao longo dos anos, pessoas acometidas da doença ingeriram diferentes tipos de peixe, como salmão, pacu-manteiga, pirapitinga, tambaqui, e de diversas famílias, como Cambaridae e Parastacidae.