Polícia Civil investiga suposta venda ilegal de madeira apreendida pelo Ibama e doada à Prefeitura de Rubiataba

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Madeira doada pelo Ibama foi encontrada em madeireira de Rubiataba — Foto: Divulgação/Polícia Civil

RUBIATABA – A cidade de Rubiataba, no Vale do São Patrício, é mais uma vez destaque na mídia goiana por novo escândalo, desta vez, com uma suposta venda ilegal de madeira doada pelo IBAMA ao município.

A Polícia Civil investiga uma suposta venda ilegal de madeira apreendida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) durante operação ambiental e doada à Prefeitura de Rubiataba, no centro de Goiás. O delegado André Veloso apurou que um carregamento de 13 metros cúbicos foi vendido a R$ 49 mil.

Segundo o prefeito Weber Severino, no início deste ano, a prefeitura pediu ao Ibama a doação de madeiras apreendidas pelo órgão durante uma operação ambiental. O instituto fez a doação. Ainda de acordo com o prefeito, o município recebeu a madeira para construir pontes e fez uma permuta com um madeireiro da cidade. 

O chefe do executivo rubiatabense reconheceu que não houve ato administrativo para fazer a permuta e que soube da situação recentemente. Mas, destacou que a prefeitura vai realizar o contrato necessário com a madeireira para regularizar a permuta.

Weber ainda pondera que não houve prejuízo para a prefeitura e para os moradores.

André Veloso disse que a prefeitura não celebrou qualquer tipo de contrato ou licitação com o madeireiro, o que é irregular.

Não houve licitação. A madeira só foi deixada lá, o crime pode ser de peculato, que é o que estamos investigando, e se há envolvimento direto de servidor da prefeitura no desvio“, ressaltou o delegado.

O nome do empresário não foi divulgado pela polícia.

O que a polícia apurou sobre a madeira do Ibama:

  • Houve dois supostos desvios de carregamento: um de 13 metros cúbicos e um de 8 metros;
  • Era vendida a R$ 3,8 mil o metro;
  • Apura se servidor da prefeitura atuou diretamente no desvio;
  • Não houve licitação para a transferência da madeira para a madeireira;
  • Possíveis envolvidos podem responder por peculato, com penas de 3 a 8 anos de prisão.

Permuta
Após a chegada do carregamento, com aproximadamente 21 metros cúbicos de madeira de lei, a prefeitura verificou que não ele era adequado para a construção de pontes, segundo o prefeito. Por isso, foi feita a permuta.

O acordo consiste em a madeireira entregar a madeira certa para a construção das pontes e ficar com a madeira do Ibama.

O prefeito disse que foram construídas oito pontes do início do ano até esta sexta-feira (2). Porém, não soube informar o que o madeireiro faria com a madeira do Ibama trocada na permuta.

Venda de madeira
O delegado apurou que, até este momento, o madeireiro já vendeu 13 metros cúbicos da madeira e teria faturado cerca de R$ 49 mil, de um primeiro carregamento. A segunda remessa, de 8 metros cúbicos, foi apreendida pela polícia e ainda não tinha sido vendida.

O madeireiro colaborou com a investigação, segundo o delegado, e entregou as notas fiscais de venda.

O madeireiro falou que um rapaz da prefeitura procurou ele e pediu para vender, que o dinheiro ia ser destinado para outras obras da prefeitura“, contou Veloso.

Como o delegado apura o caso, o dinheiro da venda ainda não voltou para a prefeitura. A investigação também não conseguirá recuperar a madeira, já que ela foi vendida em pequenas quantidades e para obras particulares, segundo Veloso. (Com informações do G1/Goiás)

Nota oficial da prefeitura
O Município de Rubiataba, por meio de seu Prefeito Weber Sivirino, esclarece que tomou conhecimento das notícias veiculadas sobre a madeira doada à prefeitura na empresa de terceiros na data de ontem (01 de julho de 2021), assim, informa que será tomada medidas para verificação dos acontecimentos, inclusive, a Policia Civil já está apurando os fatos.

Esclarece que a madeira doada não era apta para a utilização em pontes, sendo assim, foi realizado uma permuta, na qual, houve a utilização de madeira para reconstrução de 08 (oito) pontes, manutenção, reparos e Catedral e praça de distrito de Valdelândia no município, não havendo qualquer prejuízo para a comunidade ou ao erário público.

A Administração está a disposição para qualquer esclarecimentos sobre o assunto.

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