Uma estudante de 21 anos morreu após inalar lança-perfume em Guarujá, no litoral de São Paulo. Eduarda Ribeiro Ruiz, conforme o relato de uma amiga às autoridades, começou a sentir falta de ar após o uso da droga. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
De acordo com informações da Polícia Civil, a estudante fez uso da droga por volta das 6h50 do último domingo (30), quando estava na Avenida Santos Dumont. O pai da vítima compareceu à delegacia informando que sua filha havia feito uso de lança-perfume e, após um mal súbito, foi socorrida ao pronto-socorro por uma amiga.
Ainda segundo a polícia, a amiga informou que a jovem adquiriu o entorpecente de um desconhecido, e fez uso na praia. Após alguns instantes, começou a sentir falta de ar, e foi solicitado apoio ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A estudante permaneceu sob observação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, mas não resistiu e morreu. Segundo a SSP, foram solicitados exames periciais ao Instituto Médico Legal (IML), e o caso foi registrado como morte suspeita na Delegacia Sede de Guarujá, que segue investigando o caso. A causa da morte será determinada após emissão de laudo.
Lança-perfume
O lança-perfume, também conhecido como loló, se tornou uma das drogas preferidas entre os jovens atualmente, segundo especialista. A substância, inicialmente, era usada como aromatizador de ambiente, em uma forma de brincadeira no carnaval, em que alguém a lançava em outra pessoa, para proporcionar uma sensação fria e perfumada.
Depois, passou a ser usada como um solvente inalante, sendo introduzida no organismo por meio da aspiração pelo nariz ou pela boca. O lança-perfume é uma mistura das substâncias químicas éter, clorofórmio, cloreto de etila e uma essência perfumada. Os efeitos da droga duram, normalmente, entre 15 e 40 minutos. Por ter duração de efeito pequena, muitos pessoas inalam doses contínuas, e seu uso se torna viciante.
Psiquiatras alertam que o uso do lança-perfume pode levar a lesões irreversíveis, e até à morte. Os sintomas causados pela droga são comparados aos do uso de crack, cocaína e heroína. Seu uso pode levar a alterações de comportamento, como perda de juízo crítico, quadro de inconsciência e surto psicótico.
Com relação à parte clínica, especialistas afirmam que a droga pode ocasionar alteração no funcionamento dos rins, do coração e alterações cerebrais. Em longo prazo, também pode comprometer e retardar funções psicomotoras. O uso da substância pode, ainda, levar prejuízo à capacidade respiratória, e o uso contínuo pode aumentar a frequência cardíaca, que acarreta no aumento da pressão arterial, levando à morte.