Detento do presídio de Itapaci morre e família ainda não sabe o motivo

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Na noite desta segunda-feira (08/06), um detento, identificado como Rafael Talles Gonzaga Carvalho, de 23 anos, morreu ao dar entrada no Hospital Municipal de Itapaci. Segundo informações, o reeducando chegou a unidade hospitalar com o rosto muito inchado supostamente em decorrência de infecção vinda de um furúnculo. 

Rafael estava preso na unidade desde o dia 27/11/2019, onde cumpria pena por tráfico e associação ao tráfico de drogas.

Irmã de Rafael, Andressa Gonçalves Rodrigues disse ao POPULAR que a família está muito abalada, sem saber o que aconteceu. Há três meses, desde o início das medidas de isolamento social, nenhum familiar visitou Rafael atendendo decreto do governo estadual. No último domingo, o rapaz foi levado para o Hospital Municipal de Itapaci e o diagnóstico foi furúnculo. “Para ele vir a óbito por causa de um furúnculo alguma coisa aconteceu. Ele já estava doente há muito tempo.”

Andressa contou que a família foi avisada no domingo (7) que Rafael tinha passado mal e levado ao hospital. “Eles me passaram a receita, comprei os remédios e levei ao presídio. Nesta segunda-feira nos ligaram às 20 horas dizendo que ele tinha vindo a óbito. Chegamos ao hospital e não tinha ninguém do presídio para dar uma justificativa sobre o que tinha acontecido.”

A família agora aguarda em casa uma decisão do juiz da cidade, Eduardo de Agostinho Rico, sobre o pedido para que seja realizada uma autópsia completa no corpo de Rafael.

Advogado da família, Reginaldo Fernandes Coelho, do escritório Reginaldo & Eduardo Advogados Associados, explicou que o IML o informou que há uma portaria proibindo uma autópsia completa. “O caso está sem esclarecimento. Rafael estava isolado da família há três meses. Se ele estava com infecção, há quanto tempo isso vinha ocorrendo? Por que a família e os advogados credenciados não foram comunicados? Por que ele foi retirado do presídio neste domingo numa ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que não é um procedimento normal em caso de presídio?”, questiona o advogado.
Conforme Reginaldo Fernandes, Rafael estava preso há quase sete meses. Uma audiência de custódia estava marcada para o dia 26 deste mês. “Queremos informações, as imagens das câmeras de monitoramento. Ele estava sob a tutela do Estado.” O advogado informou que a família não pretende retirar o corpo do IML até que seja realizada uma autópsia completa. “Se o juiz indeferir nosso pedido, familiares vão protestar na porta do presídio.”

O POPULAR pediu esclarecimentos à Direção Geral de Administração Penitenciária (Dgap) sobre o caso, mas ainda não obteve retorno.

Até a finalização desta matéria o corpo do detendo continuava no Instituto Médico Legal de Ceres a pedido da família, que solicita judicialmente a realização de uma autopsia completa para esclarecer as causas da morte. (Com informações do Jornal O Popular)

 

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