A Policia Civil em uma operação denominada como operação Arroz Doce, que investigava esquemas de desvio de cargas e receptação de mercadorias de formas ilegais, acabou por prender dois homens na cidade de Itapaci – GO, um comerciante e um comparsa nesta última quinta-feira (26 /05).
Segundo as investigações, Emerson Ramos, de 33 anos, era responsável por convencer motoristas de caminhão a vender carga de alimentos para ele por um preço abaixo do de custo..
Ainda segundo informações, os suspeitos atuavam na região do Vale do São Patrício, e a polícia já investiga a participação de mais pessoas no esquema.
“Ele ia em postos de combustível onde os caminhoneiros dormem e pagava entre cinco e 30 mil, dependendo da carga. O próprio motorista fazia a entrega da carga para ele“, explica o delegado responsável pelo caso, Alexandre Bruno, da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar).
Para despistar a polícia, os motoristas que vendiam as cargas realizavam boletim de ocorrência alegando roubo de carga em delegacias de outras cidades, fora de Goiás. A polícia passou a monitorar as queixas de roubo e chegou até um supermercado na cidade de Itapaci, onde encontrou produtos comprados de forma ilegal.
Daniel João da Silva (45 anos) é o responsável pelo comércio e contou sobre o esquema para a polícia. Daniel ainda levou a polícia até um galpão na cidade de Nova Glória, onde estava o restante dos alimentos e seu comparsa, Emerson Ramos, que também foi preso.
Ambos são acusados de receptação qualificada de produtos alimentícios, por terem tirado proveito de produto de origem criminosa.
[Atualização]
Ao Jornal Mais Goiás, a advogada de Daniel, Alessandra Marques de Souza, rebateu a versão apresentada pela Polícia Civil. Ela garante que seu cliente foi autuado somente por sonegação e não é integrante de nenhum tipo de organização criminosa.
Na versão apresentada pela advogada, Daniel recebeu de um amigo e ex-funcionário, que hoje é dono de um restaurante, o pedido para que trocassem 42 sacos de arroz que não estavam com a qualidade desejada. “Ele fez a troca para o amigo, chamado Aridelson, e não se preocupou em buscar a nota”, diz Alessandra.
No entanto, enquanto a polícia investigava casos de receptação de mercadorias, um galpão de Daniel em Nova Glória foi vistoriado e constatou-se que o lote que estava lá era fruto de furto. Daniel, então, levou as autoridades ao dono do restaurante, que por sua vez apontou Emerson como a pessoa que fez a entrega da carga para ele.
Com a situação esclarecida, Aridelson foi liberado pela polícia, já que não tinha conhecimento da origem ilícita da mercadoria. Já Daniel foi autuado em flagrante por não ter regularizado a documentação do produto trocado. A advogada conseguiu que o juiz arbitrasse a fiança e ele já foi solto.
Apenas Emerson teria sido, então, preso pelo crime de receptação qualificada.
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