O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, informou nesta sexta-feira (23) que a Enel vendeu a distribuição de energia no estado para a empresa Equatorial Energia.
O político disse que a venda está ligada ao fato da Enel não prestar um serviço de qualidade. Notas feitas pelas duas empresas dizem que o acordo foi no valor de R$ 1.575 bilhão.
“Exigimos que [a Enel] cumprisse tudo aquilo que havia assinado no contrato no momento da compra da Celg. E, mesmo assim, eles não cumpriram. Mas, como eles tinham um contrato por cinco anos, nós vimos que eles foram prorrogando dia a dia. Mas estávamos ali insistindo, cobrando mais. Quando eles viram que ia para a caducidade, ou seja, o cancelamento do contrato, eles rapidamente venderam para a Equatorial”, afirmou Caiado.
Em nota, a Agência Nacional de Energia Elétrica disse que “qualquer transferência desse tipo tem que ser aprovada pela Agência” e “decidirá sobre a anuência prévia desta transferência e sobre a aprovação do plano de troca de controle“.
Segundo a Aneel, a Enel é a terceira pior empresa de distribuição de energia elétrica do país. Já a Equatorial é a penúltima no ranking, atrás da companhia que atualmente é responsável pelo serviço em Goiás.
A Equatorial é responsável pela distribuição de energia nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul e Amapá. Na nota existente no site da empresa consta ainda o compromisso de pagar débitos no valor de R$ 5,7 bilhões. O pagamento deve ser feito em um ano.
“Com a operação, a companhia diversifica a sua atuação no segmento de distribuição de energia para mais uma região geográfica, demonstra o seu olhar único para a identificação de oportunidades, pautado pela disciplina financeira na alocação de capital, e reforça seu papel consolidador no segmento de distribuição, ampliando as oportunidades de geração de valor como player integrado no setor de energia e adicionando mais de 3,3 milhões de clientes à nossa base”, disse a empresa em comunicado.
Já a Enel disse que “manterá seus acionistas e o mercado em geral informados, na forma da lei e da regulamentação aplicável“.
Privatização
A Enel comprou a antiga Campanha Energética de Goiás (Celg) em 2017, após o pagamento de R$ 2,1 bilhões. Na época, a companhia prometeu reduzir as quedas de energia em 40%. Em 2020, o governador Ronaldo Caiado propôs que a Enel repassasse a distribuição de energia para outra empresa como forma de resolver os constantes problemas de queda de energia.