O fazendeiro Elmi Caetano, 73 anos, foi solto pela Justiça na última sexta-feira (16). A informação foi confirmada pelo advogado dele Ilvan Silva Barbosa. A prisão do proprietário rural foi revogada pela juíza Luciana Maia da Silveira, de Cocalzinho de Goiás. O idoso é acusado de favorecimento pessoal por supostamente ajudar na fuga de Lázaro Barbosa, 32, apontado como autor da chacina contra uma família no Distrito Federal e uma série de outros crimes na região do Entorno. A caçada durou 20 dias e terminou com a morte do criminoso.
De acordo com o advogado de Elmi, Ilvan Barbosa, o fazendeiro deixou a Cadeia Pública Municipal de Águas Lindas, Entorno do Distrito Federal, acompanhado de familiares. Como medida de segurança, ele seguiu para um endereço indicado pela Justiça. Dentro do presídio, Caetano também foi mantido isolado para garantir a manutenção de sua integridade física.
“A Justiça começa a ser feita e aplicada. Ainda não tive oportunidade de conversar muito com ele, mas sei que vamos provar que meu cliente foi um bode expiatório e que nada praticou. Ele é inocente”, afirmou o advogado.
O fazendeiro foi detido no dia 24 de junho e permaneceu preso por 24 dias.
Tornozeleira
De acordo com a juíza, o fazendeiro não representa um perigo nem a sociedade e nem as investigações. Além disso, a magistrada destacou que o Elmi tem residência física e que a suspeita de armas e munições que foram encontradas com ele não é suficiente para prorrogar a prisão. Agora, ele fará o uso de tornozeleira eletrônica.
Suposto envolvimento
De acordo com a Polícia, ele teria proibido policiais da força-tarefa de entrar em sua propriedade. O homem trancou todos os acessos à fazenda, enquanto os outros deixavam as porteiras abertas para facilitar as buscas. Além disso, a polícia investiga uma possível rede de proteção a Lázaro que, segundo apuração, seria encabeçada pelo fazendeiro.
Durante buscas na fazenda de Elmi, os policiais encontraram uma arma de fogo, uma espingarda de ar comprimido modificada para disparar munição de calibre 22, munições e um aparelho celular. Nele foram encontradas mensagens que mostravam a ajuda que o fazendeiro teria prestado a Lázaro. Além disso, cães farejadores identificaram rastros do cheiro do então fugitivo no local.
Elmi foi acusado pelo Ministério Público por favorecimento pessoal, além de posse irregular de arma de fogo. Um laudo da perícia, porém, apontou que as espingardas encontradas com ele não funcionavam. A defesa tenta retirar a acusação.
Além disso, foi marcada a audiência de instrução e julgamento de Elmi. De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás, a sessão está marcada para o dia 8 de novembro e deve ser realizada no formato virtual. Nesta etapa, a juíza irá ouvir o acusado, além de testemunhas, para decidir acerca do andamento do processo.