O Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Rio Verde descobriu que um detento da Casa de Prisão Provisória de Jataí estava se passando por mulher e pedindo fotos íntimas para homens, por meio de um telefone celular a que ele teve acesso. De posse dos nudes, o preso, de 33 anos, partia para a etapa seguinte do golpe: extorquir as vítimas sob ameaça de divulgar as fotos.
O delegado Danilo Fabiano afirma que as investigações tiveram início há dois meses, quando uma das vítimas procurou a delegacia. A Polícia Civil cumpriu um mandado de prisão e cinco mandados de busca e apreensão em três residências que estão veiculadas ao suspeito.
A Polícia Civil apreendeu 11 celulares que estavam escondidos em fundos falsos de paredes e camas das celas. “Ele procurava as vítimas pelas redes sociais. Pela conversa, ele se passava por mulher e mandava fotos íntimas para a vítima até o momento de ganhar confiança. Logo depois, quando recebia de volta os nudes das vítimas, ele se identificava de várias maneiras e começava a extorsão”, conta.
O suspeito se identificava como uma falsa mãe ou pai da suposta menor e exigia dinheiro para não formalizar denúncia na polícia ou divulgar as fotos na internet. A audácia do suspeito era tamanha que, em um dos diálogos com a vítima, ele se passa por um delegado para realizar a extorsão (veja o diálogo abaixo). Em alguns diálogos, ele se apresenta como advogado, que orienta a vítima a pagar R$ 3 mil para não responder pelo processo.
“Já tivemos o conhecimento de 10 vítimas pelo o que foi apurado nos telefones apreendidos. Os valores cobrados variavam de R$ 1 mil a R$ 5 mil, mas não temos como mensurar o montante final. Vale ressaltar que as vítimas não era apenas de Goiás, mas também de outros estados”, destaca.
O delegado conta que as investigações continuam para identificar a participação de mais pessoas que participavam do esquema do criminoso, inclusive de demais detentos. Ele estava detido por tráfico de drogas há dois anos no local. Agora, ele também responderá por extorsão e associação criminosa.