A brasileira Amanda Nunes cumpriu o que prometeu na pesagem e calou o público que torcia para Ronda Rousey na T-Mobile Arena, Las Vegas, pela luta principal do UFC 207, sexta-feira à noite – madrugada deste sábado no Brasil. Sem tomar um golpe sequer, a brasileira, atual campeã dos peso galo, precisou de apenas 48 segundos para derrotar um dos maiores ícones do MMA com uma sequência de golpes e manter o cinturão da categoria. Foram 27 socos acertados com potência em Ronda. A veterana defendia com os braços abertos, deixando o rosto livre para ser acertado diversas vezes.
A Leoa, como é conhecida a baiana de 28 anos, começou o confronto com o que tem de melhor: a explosão. Partindo para cima de sua adversária, Amanda Nunes conseguiu conectar vários socos em Ronda, que pareceu estar sem ritmo de luta por conta do mais de um ano que ficou afastada do octógono.
Depois de negar tocar as luvas no início do confronto, forma de cumprimento ao adversário, a norte-americana não conseguiu levar o confronto para solo, onde é sua especialidade, e se mostrou assustada. Visivelmente mais magra, ela até mostrou resistência e não chegou a cair em nenhum dos jabs e diretos certeiros recebidos, mas a luta teve que ser interrompida pelo árbitro Herb Dean ainda no primeiro round. Com a vitória garantida, Amanda Nunes colocou o dedo em frente a boca e pediu para o público se calar.
“Olha, eu realmente treino muito duro. Tenho que agradecer a American Top Team. Estou em outro nível hoje. É incrível, a gente conversou porque ela fez muito pelo esporte, ela tem uma história. Mas agora eu sou a campeã. Vocês têm que parar com essas coisas de Ronda Rousey, agora a campeã é a Amanda Nunes”, disse a brasileira.
Ronda foi pioneira entre as mulheres no UFC, que só abriu espaço para o MMA feminino em 2013, chegando ao evento como campeã do Strikeforce. Medalhista de bronze no judô nos Jogos de Pequim, em 2008, a americana impressionou com cinco vitórias seguidas antes de 70 segundos de luta.
Tornou-se, então, a rainha do UFC, tão ou mais badalada que os campeões de categorias masculinas, a ponto de seu cachê para a luta desta sexta-feira ter sido de US$ 3 milhões, igualando o maior já pago pela organização. Ela, entretanto, vinha de surpreendente derrota para Holly Holm, em também menos de um minuto de luta, no UFC 193, em novembro do ano passado.
Já Amanda Nunes recebeu apenas US$ 100 mil de cachê para sua primeira defesa de cinturão. Ela se tornou campeã da categoria no UFC 200, quando derrotou Miesha Tate. “Sabia que a Ronda Rousey era grandiosa, mas ninguém vai tirar esse cinturão de mim. Em toda a minha preparação eu soube que ia ser a campeã. Sou a melhor lutadora do mundo. Podem parar com essa coisa de Ronda Rousey, ela vai se aposentar, vai fazer filmes, e eu vou continuar. Vocês tem que olhar para outras meninas. Eu sou a campeã”, provocou.
Ainda não se sabe se Ronda continuará no esporte ou vai priorizar sua carreira como atriz. Em novembro, em uma de suas poucas entrevistas antes do confronto ela afirmou para a apresentadora Ellen DeGeneres, no programa The Ellen Show, que estava cansada das preparações para as lutas e que estava fazendo uma de suas últimas apresentações. “Quero que todos assistam, pois o show não vai durar para sempre”, disse à época.
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