O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, morreu à 1h29 (hora de Brasília) deste sábado (26), aos 90 anos, na capital Havana. A informação foi divulgada pelo seu irmão Raúl Castro em pronunciamento na TV estatal cubana.
“Com profunda dor compareço para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro do 2016, às 22h29, faleceu o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz”, disse Raúl Castro.
“Em cumprimento da vontade expressa do companheiro Fidel, seus restos serão cremados nas primeiras horas” deste sábado, prosseguiu o irmão.
Segundo Raúl, o corpo de Fidel será cremado ainda hoje, sábado, em Havana. As cinzas serão enterradas em 4 de dezembro, na cidade de Santiago de Cuba, após percorrerem o país numa caravana de 4 dias.
Figura lendária do século XX, Fidel Castro se projeto uao mundo a partir da pequena ilha de Cuba, onde exerceu o poder absoluto, que passou ao irmão, Raúl Castro, em 31 de julho de 2006, quando sofreu uma grave enfermidade instestinal.
Em fevereiro de 2008, Castro renunciou definitivamente à presidência de Cuba e quase três anos depois, em abril de 2011, se desligou definitivamente da liderança do Partido Comunista (único).
A doença e a transferência de poder para o irmão mais novo marcaram uma nova fase em Cuba, com a perspectiva de abertura econômica, após 49 da revolução que colocou Fidel Castro no poder, em 1959.
Veja o que políticos brasileiros falaram sobre a morte de Fidel Castro:
Michel Temer
Em nota à imprensa, o presidente Michel Temer disse que “Fidel Castro foi um líder de convicções. Marcou a segunda metade do século XX com a defesa firme das ideias em que acreditava”.
Renan Calheiros
Em nota oficial, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), lamentou a morte de Fidel ressaltando que ele marcou a história mundial. “Em nome do Congresso Nacional, lamento a morte de Fidel Castro que, a despeito de suas convicções e ideologias políticas, foi um homem que marcou a história mundial. Em momentos como este, devemos nos lembrar que posições políticas diferentes, desde que respeitados valores democráticos, contribuem para enriquecer nossa história”, diz a nota.
Rodrigo Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também destacou que Fidel foi uma figura marcante do século 20 “e, independentemente de crenças políticas, é preciso reconhecer sua importância para o povo de Cuba”, disse em nota.
Dilma Rousseff
A ex-presidenta Dilma Rousseff lamentou a morte do líder cubano e apresentou suas condolências e solidariedade à família Castro e ao povo cubano. “Fidel foi um dos mais importantes políticos contemporâneos e um visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa, sem fome nem exploração, numa América Latina unida e forte. Um homem que soube unir ação e pensamento, mobilizando forças populares contra a exploração de seu povo. Foi também um ícone para milhões de jovens em todo o mundo”, diz nota de Dilma.
Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Fidel e comparou-a como se tivesse perdido um irmão. Lula diz que Fidel foi uma voz de luta e esperança. “Seu espírito combativo e solidário animou sonhos de liberdade, soberania e igualdade. Nos piores momentos, quando ditaduras dominavam as principais nações de nossa região, a bravura de Fidel Castro e o exemplo da revolução cubana inspiravam os que resistiam à tirania”, diz trecho da nota de Lula. “Sinto sua morte como a perda de um irmão mais velho, de um companheiro insubstituível, do qual jamais me esquecerei. Será eterno seu legado de dignidade e compromisso por um mundo mais justo”, acrescenta a nota do ex-presidente.
Fernando Henrique Cardoso
Ao da morte de Fidel Castro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse em nota que a “luta simbolizada por Fidel dos “pequenos” contra os poderosos teve uma função dinamizadora na vida política no continente. “O governo brasileiro se opôs a todas as medidas de cerceamento econômico da Ilha e, desde o governo Sarney até hoje as relações econômicas e políticas entre o Brasil e Cuba fluíram com normalidade”. Em outro trecho da nota, FHC diz que a morte de Fidel “marca o fim de um ciclo, no qual, há que se dizer que, se Cuba conseguiu ampliar a inclusão social, não teve o mesmo sucesso para assegurar a tolerância política e as liberdades democráticas”. FHC também expressou no documento os votos de que a transição pela qual a Ilha passa “permita que a prosperidade aumente, mas que se preserve, num ambiente de liberdade, o sentimento de igualdade que ampliou acesso à educação e à saúde.
Jair Bolsonaro
Em vídeo, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) comemorou a morte de Fidel e questionou a cremação do corpo do líder cubano. “Cremar porque Raúl [Raúl Castro, presidente cubano e irmão de Fidel] se ele já está ardendo nas profundezas do inferno. Fidel Castro, um grande exterminador de liberdade e promotor da miséria no mundo todo certamente terá […] uma estadia eterna nas profundezas do inferno”, postou Bolsonaro em seu Twitter.