A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira, 24, mandados de prisão contra o presidente do PSDB em Goiás, Afreni Gonçalves Leite, e outras pessoas ligadas ao governador Marconi Perillo. As medidas fazem parte da Operação ” Decantação”, que investiga esquema de desvio de ao menos R$ 4,5 milhões em recursos federais na Empresa Saneamento de Goiás (Saneago).
Também é alvo de mandado de prisão o diretor-presidente da empresa pública, José Taveira Rocha, ex-secretário de Fazenda do tucano. O dinheiro desviado, segundo os investigadores, abasteceu campanhas políticas do PSDB. A sede do partido no Estado é alvo de buscas. A operação atinge a legenda do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a quem a PF é subordinada, e é considerada pelos investigadores uma “Lava Jato local” por envolver desvio de dinheiro e financiamento de campanhas.
A PF apurou que dirigentes e colaboradores da empresa pública promoveram licitações fraudulentas mediante a contratação de uma empresa de consultoria envolvida no esquema criminoso. Recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de financiamentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal foram desviados para o pagamento de propinas e dívidas das campanhas políticas do partido em Goiás.
A ação, segundo os investigadores, evitou um prejuízo de quase R$ 7 milhões. A PF sustenta que uma das estratégias da organização criminosa era o favorecimento da consultoria contratada pela Saneago a empresas que participavam do conluio e que eram responsáveis, posteriormente, por doações eleitorais.
Cerca de 300 policiais federais cumprem 120 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão na sede de empresas envolvidas e de um partido político, além de residências e outros endereços relacionados aos investigados.
As ordens judiciais estão sendo cumpridas em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa, Itumbiara, São Paulo e Florianópolis (SC). Também foi determinado o afastamento da função pública de oito servidores e a proibição de comunicação entre nove envolvidos. Os envolvidos responderão por peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos licitatórios.
Fonte: Jornal ESTADÃO