Europa se prepara para a quarta onda de Covid-19

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A situação da pandemia de Covid-19 na Europa levou o diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, a chamar a atenção para a situação do vírus no resto do planeta. Para ele, a crise enfrentada no velho continente é uma “chamada de alerta” e que há uma nova onda da doença chegando.

“É muito importante refletir sobre o exemplo da Europa, que representou mais da metade dos casos globais na semana passada, mas essa tendência pode mudar” disse Ryan. “Basta olhar para a curva epidemiológica da montanha-russa para saber que, quando se desce a montanha, geralmente se está prestes a subir outra”, afirmou.

A circulação do vírus não cessou, e o aumento registrado de novas infeções dentro do território europeu demonstra a tendência: há uma nova onda de covid-19 a propagar-se. A vigilância dos novos casos está no centro das atenções dos governos europeus com a chegada do inverno, o que pode aumentar a disseminação do coronavírus. Vários países já se preparam para retomar as medidas restritivas.

Covid-19 na Europa
Na França, o governo de Emmanuel Macron determinou que seja dada a dose de reforço da vacina à população. Além disso, o parlamento aprovou, definitivamente, a prorrogação do passe sanitário até 31 de julho.

O porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, afirmou que a Europa voltou a ser o epicentro da circulação do vírus. A declaração foi dada depois que o país voltou a registrar o aumento das infecções, com taxa de incidência de 62 casos por 100 mil habitantes, acima do limite de alerta.

Na Alemanha o ministro da Saúde, Jens Spahn, anunciou que todos os cidadãos no país serão elegíveis para a dose de reforço da vacina, logo que se passem seis meses da segunda dose. “A quarta onda da covid-19 no país está agora em pleno vigor”, disse ele em entrevista.

Nessa segunda-feira (8), a taxa de infecção diária de covid-19 na Alemanha subiu para 201,1 casos por 100 mil pessoas, a maior desde o início da pandemia.

Na Áustria, foi anunciado na última sexta-feira (5) que as pessoas que não foram vacinadas contra a covid-19 serão impedidas de entrar em cafés, restaurantes e cabeleireiros. Qualquer evento com mais de 25 pessoas, a partir do final da próxima semana, passa a ser ilegal.

Já na Dinamarca, a proposta é restaurar o uso do “passe corona” digital, um documento que deverá ser apresentado pela população para entrar em bares e restaurantes. A medida está sendo retomada para conter a terceira fase da pandemia de covid-19 que atinge o país.

O número de infecções diárias aumentou de forma constante para 2.300 nos últimos dias, depois de, em setembro, registrar apenas cerca de 200 casos.

No Reino Unido há uma resistência à implementação de medidas como o uso de máscaras ou passaporte de vacinas. Lá foram registradas mais 57 mortes em 28 dias e outros 32.322 novos casos de covid-19 , de acordo com os dados mais recentes do governo. Esses números representam queda nas infecções de 16,6% na semana passada, enquanto as mortes aumentaram 8,2%.

O Reino Unido está “muito longe” de pensar num confinamento de inverno, disse um assessor do governo de Boris Johnson. Ele alertou, no entanto, que é vital que qualquer pessoa elegível receba sua vacina de reforço.

Leste Europeu
O aumento de casos da variante Delta em todo o continente tem preocupado especialmente a região do Leste Europeu, onde há um percentual menor de pessoas vacinadas.

Dois exemplos dessa situação são a Romênia e a Bulgária, onde apenas 40% e 27% dos adultos foram imunizados, respectivamente. As novas infecções também atingem níveis recordes na Rússia, Ucrânia e Grécia.

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