Ex-prefeito de Santa Terezinha de Goiás e mais três se tornam réus por homicídio de homem que teria matado amante dele

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Antônio da Penha Machado Camargo, ex-prefeito de Santa Terezinha de Goiás — Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Santa Terezinha de Goiás, Antônio da Penha Machado Camargo, e mais três homens se tornaram réus em processo que investiga a morte de Wender Luiz Aguiar nesta sexta-feira (8). Segundo denúncia do Ministério Público (MP), o político, com ajuda de seu motorista, contratou dois dos acusados por R$ 10 mil para que cometessem o crime.

A defesa de Antônio, também conhecido como Tonim Camargo, informou que ele “ainda não foi citado para responder à acusação”. A nota “ressalta que sua inocência será provada no decorrer da instrução criminal” (leia íntegra ao fim do texto). Os mesmos advogados representam o motorista Valterly da Silva Rodrigues, que também responde pelo crime.

Os dois foram presos em 16 de setembro deste ano e, segundo a denúncia, continuam custodiados.

A reportagem não conseguiu descobrir quem representa os outros dois réus, Júlio dos Santos Ferreira e Mário Martins Lopes Neto, para também solicitar uma nota a respeito do caso. A dupla não fora encontrada e segue foragida, “em local ignorado”, segundo o MP.

Durante as investigações, duas mulheres chegaram a ser presas, mas, conforme o delegado, elas não foram indiciadas porque não houve a comprovação da participação de ambas no crime. Outras duas pessoas foram indiciadas, mas não denunciadas nesta ação do MP.

Também de acordo com o MP, a morte de Wender foi planejada com intuito de acobertar outro crime encomendado pelo ex-prefeito: morte de amante grávida em 2015. Segundo as investigações, Wender foi contratado para executar o serviço em troca de uma quantia mensal por toda a vida.

O MP também registrou em denúncia que a amante do ex-prefeito desapareceu em 18 de novembro de 2015. Desde então, Wender passou a receber mensalmente de Antônio valores entre R$ 1,3 mil e R$ 1,5 mil até que os pagamentos começaram a atrasar ou chegarem fracionados, segundo as investigações.

Consta na denúncia que Wender começou a ameaçar o ex-prefeito por mensagens e ligações em 2020.

“Com o fim de ocultar o homicídio anteriormente praticado em Santa Terezinha de Goiás, bem como cessar as ameaças, o denunciado Antônio arquitetou um plano para ceifar a vida da vítima, contando com o auxílio do denunciado Valterly, o qual era seu motorista”, descreve o MP.

Homicídio de Wender
As investigações apontaram que Wender estava morando em Aparecida de Goiânia e que o ex-prefeito, por meio do motorista, contratou Júlio e Mário para executar o crime em troca de R$ 10 mil.

Em 8 de março deste ano, “os denunciados Júlio e Mário, travestidos de agentes de saúde, foram até a residência da vítima”, conseguiram entrar na casa até que Wender, desconfiado, tentou fugir. A dupla o seguiu, atirou várias vezes – acertando-o quatro disparos – e fugiu, segundo o documento.

A Polícia Civil conseguiu apurar que os executores enviaram imagens da vítima morta e dados de uma conta para a qual o dinheiro prometido foi transferido.

O ex-prefeito foi preso em 16 de setembro deste ano suspeito do crime, assim como o motorista. Os outros dois réus não foram localizados à época pela Polícia Civil.

Tonim Camargo foi prefeito da cidade entre 1989 e 1992. Depois foi vereador entre 1993 e 2007. Em 2017, foi vice-prefeito da cidade.

Na casa do ex-prefeito foram encontradas seis armas de fogo, entre espingardas, pistolas e revólveres. Só uma delas tinha o registro válido. Além do homicídio, ele responderá por posse de arma de uso permitido e de uso restrito.

Nota da defesa
A Defesa Técnica do Sr. Antonio da Penha Machado Camargo, ex-prefeito de Santa Terezinha, entende que a decisão que decretou sua prisão preventiva é ilegal e está sendo combatida perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Em relação a denúncia oferecida em desfavor do ex-prefeito, a defesa informa que o Sr. Antônio ainda não foi citado para responder à acusação, e ressalta que sua inocência será provada no decorrer da instrução criminal.

Pontue-se que a vítima do homicídio, Wender Luiz Aguiar, era pessoa com diversas passagens pela polícia, já havia sido preso e tinha vários inimigos em diversas cidades do Estado de Goiás.

Sobre a mulher mencionada na denúncia – a qual estaria supostamente desaparecida -, a defesa do ex-prefeito sustenta que Antônio jamais respondeu a qualquer processo acerca de seu suposto desaparecimento, não havendo nenhuma prova que ligue o ex-prefeito a este fato. Inclusive, há provas de que essa mulher está viva, e a defesa irá trazer tais provas ao processo.

Advogados Allan Hahnemann, Rodolfo Moraes e Diogo Jorge Marques

Via: G1/Goiás

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