Sem apoio, Caiado recua e adia publicação de novo decreto

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O governador Ronaldo Caiado (DEM), recuou da publicação de novo decreto relativo a medidas de isolamento social no Estado de Goiás. Ele destacou, nesta quinta-feira (14), que não irá apresentar novas ações sem ter o apoio necessário da sociedade a fim de que haja resultado prático. Goiás, que já liderou ranking de unidades federativas que mais respeitam o confinamento, está na ponta inversa, em última colocação, com índice de 39,6%. Na quarta-feira (13), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrou o recorde de 110 novos casos confirmados de covid-19 em um dia.

Caiado afirmou que avaliava realizar fiscalização mais rígida em 32 cidades do Estado, 24 delas com mais incidência de casos de coronavírus e oito municípios turísticos. Sem apoio, porém, argumentou que não há sentido em publicar um novo documento. “Não vou baixar nenhum decreto letra morta”, disse em entrevista à Rádio Sagres 730 nesta quinta.

A perspectiva era de promover aumento do isolamento social, já que tem recebido reclamações sobre pessoas contaminadas circulando normalmente pelo Estado. Agora, o discurso é de que tudo precisa ser discutido para saber como a situação ficará na prática. Segundo ele, um governador precisa vocalizar aquilo que a maioria quer neste momento, embora faça alertas sobre a elevação do número de infectados.

Responsabilidade
Críticas à postura do governante à frente do combate à pandemia têm origem em fontes diversas. De um lado, Caiado acumula opositores alinhados à Bolsonaro, contra o enrijecimento das ações; e, de outro, tornou-se alvo de ataques daqueles que apoiam o isolamento social por ter cedido à flexibilização em abril. Parte da justificativa para o recuo reside na construção de um discurso político que o culpe pelo desemprego ou falta de leitos provocados pelas ações de isolamento.

“Se meu excesso for no sentido de me preocupar em salvar vidas diante desse quadro não coincide com o [anseio] da ampla maioria, como ocorreu no primeiro decreto, não há sentido em aplicar um novo documento. Ele só tem sentido se houver conscientização de todos”, declarou.

Queixas
Caiado reclamou do setor industrial, principalmente ao segmento da Construção Civil, que teria se comprometido a assumir o transporte de trabalhadores durante a pandemia. Segundo ele, o combinado não foi colocado em prática as pessoas passaram a se aglomerar no transporte público.

Sobre as filas volumosas formadas nas agências da Caixa Econômica Federal, o governante afirma que a situação o coloca em uma posição delicada. Afirmou ter ligado para o presidente do banco por mais de 10 vezes para que o auxílio emergencial pudesse ser recebido em outras instituições financeiras. Agora, Ronaldo lamenta ter que lidar com reclamações de quem não pode abrir o comércio por conta das aglomerações registradas com frequência na frente dos bancos.

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